Soneto da alma trancada
Da sua partida fiquei com um bolo na garganta Desses que de tão grande, a alma tranca E fica sem respirar Mais um pra eu abafar Vamos nos distanciar. Não há como negar A presença, os olhares, a voz E tudo aquilo que não fomos. Jamais seremos "nós" Cada um pro seu lado, fico com uma questão de incômodo, uma herança de desesperança E se tivéssemos ido em frente? E se não nos importássemos com mais nada, a não ser a gente? E se tivéssemos arriscado tudo? Por vezes me arrependo de abrir minhas portas O final é sempre o mesmo, mas a dor vira saudade Vou dando meu jeito, me encaixando, me virando, sem pranto, me reorganizando